quarta-feira, 28 de julho de 2010

Pretérito imperfeito


Amores vem e vão, e sempre achamos que quando ele vem, ta sendo diferente do último. Acabamos ficando iludidos, achando que dessa vez será pra sempre. Acabamos criando uma expectativa, uma possibilidade de eternidade. Acabamos construindo um castelo nos alicerces das mais belas expectativas, invejável por tamanha imponência. Ocultamente tão frágil, que desmorona com o sopro acidental da atitude mais súbita e imprevisível. Mas de novo, o amor acaba, e acabamos nos sentindo traídos, pelo esperado que não existe mais. As pessoas vão nos decepcionar, não há exceções. Aí a gente acaba tentando mais uma vez, e mais outra, e depois de inúmeras tentativas frustrantes finalmente a gente cansa de procurar e sonhar com essas coisas passageiras.Viver é não esperar, deixe as coisas acontecerem. Porque a gente sempre espera que alguém valha a pena, mas talvez não valesse a pena esperar por ninguém . De repente você conhece alguém, sem esperar, nem criar expectativas em cima dela, e as coisas vão se ajeitando. Você acaba vivendo um amor sem esperar pelo amanhã, o amanhã é incerto porque ele ainda não existe. Ninguém precisa de tempo pra se apaixonar, mas talvez demore uns quantos anos pra saber o que é amor.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Dança comigo?


Dança é a linguagem do corpo. É a expressão oculta dos sentimentos, sensações e desejos. É a coisa mais sincera que existe. Existem sorrisos falsos, olhares falsos, choros, abraços, cartas, palavras, mas jamais um corpo dançando mente. Dançar é a mais pura arte, porque qualquer coisa pode ser dança. Uma pausa com o olhar para o horizonte pode ser dança, uma queda violenta pode ser dança também, uma corrida desesperada, um beijo, tudo é dança. Dançando eu sinto meu coração bater violentamente na ponta dos pés. Eu danço um amor, uma tristeza, uma felicidade, apenas danço, libero energia, sinto emoção, improviso, deixo a música guiar meus movimentos, sem ser feio ou bonito, apenas deixo fluir movimentos incessantes.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Tempo


O tempo muda tudo. Muda o sorriso, muda o olhar, muda as feições faciais, muda o cabelo, o corpo, muda o coração e os sentimentos também. Muda as promessas e pensamentos. Os sonhos também mudam, aliás, esses estão em constante mudança. O tempo destrói coisas, as torna velhas. E coisas velhas não são mais úteis, e acabam sendo esquecidas. Isso, o tempo faz a gente esquecer das coisas. Esquecer das coisas que passaram. Ele faz com essas coisas não voltem, nunca mais. E com o tempo a gente percebe que nem tudo é como a gente pensava. Nem tudo que a gente planeja da certo, nem tudo que a gente quer a gente consegue. Nem tudo está ao nosso alcance, e essas coisas só vem à tona com o tempo. É, o esquecimento mesmo é a consequência do tempo. Ainda bem que o tempo não para.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Saudade


saudade (a-u)
s. f.1. Lembrança grata de pessoa ausente ou de alguma coisa de que nos vemos privados.
2. Pesar, mágoa que essa privação nos causa.

Uma palavra que só existe na língua Portuguesa, mas que vai muito além do significado no dicionário. A saudade acontece quando a gente revive as memórias guardadas, e sente uma certa nostalgia e um vazio no peito. Ausência de algo ou alguém pode causar esse aperto no peito, essa viagem pelas memórias antigas, esse pensamento distante.
Deve existir mesmo dois tipos de saudade: a saciável e a insaciável. Esta última é a pior, é uma saudade que jamais vai ser extinta, que durará pra sempre. Alguém que morreu e você nunca mais verá, dela só resta lembranças. Um momento especial também nunca retorna, nunca se repete; um sorriso uma vez visto e ele nunca mais será igual.

A saudade saciável chega a ser prazerosa, nada como ter certeza de que alguém voltará, e que o que você passou foi uma ausência temporária. Tipo, uma vírgula e não um ponto final. A melhor parte disso não é que você sabe que é provisório, mas o momento do reencontro e o famoso "matar as saudades". A saudade acumulada de 170 dias, e agora saciada com um abraço forte, com um desejo de consumir o outro, absorver e tornar um só corpo e um só coração.

A saudade nessa maneira se torna mais satisfatória em qualquer situação, mas ainda bem que existem as lembranças e memórias, se não existissem, ninguém teria ouvido falar em saudade.