segunda-feira, 21 de junho de 2010

A separação

Não sei se você sabe, mas eu tinha um namorado. E ele foi embora da cidade onde eu moro (eu acreditei que o nosso amor seria maior do que a distância, mas enfim...). Aí, no dia que ele foi embora, eu estava super emo e depressiva, e quando eu estou assim, eu costumo escrever impetuosamente. E quando fez dois meses, escrevi um texto sobre a nossa separação. E eu encontrei esse texto ontem. Achei bem legal (EU achei, porque a julgar pelos boring que eu recebi, não faria sentido eu continuar a escrever pra meia dúzia de leitores dessa bodega -como diz o Dudis- mas enfim, nem me importo tá). Mas chega de blá blá blá, o texto aí:

A cada dia que passava cada sol que nascia, sorria e ia embora, se aproximava mais o dia da separação. As noites que se antecederam do acontecimento, foram noites de angústia, de dor, de lágrimas, de choros e gritos abafados.
Até que dia 23 de janeiro chegou. Um sábado. Logo de manhãzinha, impedi um choro que vinha se acumulando com o passar das horas. O dia passou pra mim como se não fosse real, um sonho; não, um pesadelo insistente, pois não conseguia despertar dele de forma alguma. Aquele dia, eu olhava para o relógio, mas parecia não vê-lo. Eu me negava a acreditar, o sol já estava sumindo, e lua caindo. Permiti que as lágrimas caíssem sobre o papel onde a minha mão enfurecida descrevia o que eu imaginava que estava prestes a acontecer em minha vida.
Então chegou a hora, supliquei por um ultimo momento ao seu lado. Abracei-o forte, com amor, com saudade, com vontade, como se fosse a última vez. Eu estava aflita, desesperada, e chorava como uma criança. Só podia ser o amor mais forte e verdadeiro que eu já senti em toda a minha vida. Saiu um “eu te amo” dito pelo meu coração já se rachando. Eu estava na porta já quando lhe dei o último abraço.
A sensação que senti naquele momento foi como se alguém tivesse cravado uma faca no meu peito, aberto um buraco, e enfiado a faca no meu coração lentamente, girando ela de um lado para o outro, até ser arrancada metade dele, sem piedade nenhuma.
Sim foi isso que aconteceu quando o vi desaparecer diante de meus olhos. Fechei a porta e cai de joelhos, a dor era insuportável para permanecer em pé. Me senti de alguma forma molhada, parecia ser o sangue escorrendo do meu peito; mas a vertente vinha do meu rosto.
Já se passaram dois meses, 59 dias e 1416 horas daquele dia, o corte no meu peito já desapareceu mas continuo vivendo apenas com a metade do meu coração. Sua outra metade tem um paradeiro muito distante daqui. Estou numa incansável busca de um reencontro das duas metades do meu coração. Mas nada conspira a meu favor.
Mas só de uma coisa eu tenho certeza: esses dois meses não foram fáceis sem a outra metade do meu coração. E se eu tiver que esperar mais quatro meses para ter minha outra metade, talvez seja tarde pra eu colocá-la de volta. Porque uma metade sozinha não vive muito tempo sem a outra. Ele pode se cansar de bater sozinho e parar a qualquer momento.
Traz de volta a outra metade do meu coração vai; não deixa ele parar de bater.

É meio emo, eu sei.
Normalmente eu não sou assim tá.